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Neymar quebra recorde de Pelé, e Brasil goleia a Bolívia pela estreia das Eliminatórias
By MARCOS ANTONIO DE MELO at setembro 09, 2023
Craque marca duas vezes na goleada por 5 a 1 no Mangueirão, em Belém, e chega a 79 no total, dois a mais do que o Rei
Neymar deixa Pelé para trás e se torna o maior artilheiro da seleção brasileira em jogos oficiais:
1) Neymar: [78]
2) Pelé: 77
3) Ronaldo: 62
4) Romário: 55
5) Zico: 48
Ninguém marcou mais gols oficiais com a pesada camisa amarela da seleção brasileira do que Neymar da Silva Santos Júnior. Se fora das quatro linhas as polêmicas às vezes ganham mais espaço do que deveriam, dentro de campo seus números não são apenas indiscutíveis, como tornaram-se agora únicos.
O camisa 10 marcou o quarto e quinto gol da goleada por 5 a 1 sobre a Bolívia nesta sexta-feira (8), no Mangueirão, em Belém, pela estreia das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, e chegou a 79 gols pelo Brasil, ultrapassando ninguém mais, ninguém menos do que o Rei Pelé, que balançou as redes 77 vezes durante sua trajetória "amarela". Rodrygo, duas vezes, e Raphinha, com assistência do camisa 10, deram ainda mais peso ao espetáculo canarinho, que marcou a estreia de Fernando Diniz no comando técnico. Ábrego fez o gol de honra.
O gol do recorde quase veio da marca da cal, o que seria ainda mais simbólico, uma vez que foi assim que Pelé (e Romário) atingiram o milésimo. Mas os deuses do futebol sabem o que fazem. Numa cena rara, e que não acontecia desde 2017, num amistoso contra o Japão, o craque viu o goleiro Viscara esperar até o último instante fazer a defesa - foi o quarto pênalti perdido por ele na Seleção, em 26 cobranças. Parecia que não era para ser. Mas Neymar queria muito esse recorde para si. E fazia questão que fosse em solo brasileiro.
Aos 40 minutos do primeiro tempo, revivendo os áureos tempos do Santos de Pelé, ele enfileirou cinco defensores rivais e, na hora de tirar o 10 de Pelé, novamente parou no goleirão estraga prazeres. Poderia ser o segundo Puskás da carreira, mas não era para ser. O craque insistiu, insistiu, até que o que não era para ser, acabou sendo. Aos 15 do segundo tempo, saiu o que 43 mil ansiavam nas arquibancadas. Dos pés de Rodrygo, outro raio da Vila Belmiro, veio a "assistência" para o gol histórico.
Foram 13 anos entre o primeiro jogo (e primeiro gol, já que marcou na estreia, em amistoso contra os Estados Unidos) e até o momento último gol pela Amarelinha. Apesar de ter deixado o Rei para trás - nas contas da Fifa, que desconsidera partidas contra clubes e combinados - Neymar disputou 33 jogos oficiais a mais do que Pelé, 125 a 91. Por isso, sua média é um pouco menor: 0,62 contra 0,84 do maior de todos.
Neymar havia se igualado a Pelé em gols pela Seleção diante da Croácia, nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, em dezembro de 2022. O feito, porém, acabou ofuscado pela eliminação brasileira nos pênaltis.
Neymar também é disparado o jogador com mais participações em gols neste século pelo Brasil: 134. O segundo, para se ter ideia, é Kaká, com menos da metade, "apenas" 54. O condenado por estupro Robinho, com 51, e os Ronaldos, Gaúcho (47) e Fenômeno (40), fecham o top 5.
Neymar é DISPARADO o jogador com mais participações em gol neste século pelo Brasil:
1) Neymar: [136]
2) Kaká: 54
3) Robinho: 51
4) Ronaldinho Gaúcho: 47
5) Ronaldo: 40
O camisa 10 tem 79 gols e 57 assistências. Ele deixou Pelé para trás no nº de gols em jogos oficiais.
Em número de títulos, porém, o craque da geração atual segue muito distante de Pelé. Com a amarelinha, Neymar faturou a Copa das Confederações de 2013 e o Superclássico das Américas em 2011, 2012, 2014 e 2018. O atacante também conquistou o ouro olímpico em 2016, no Rio de Janeiro, mas a competição não entra nas contas de jogos oficiais por ser disputada por equipes sub-23.
Já o Rei é até hoje o único jogador da história a conquistar três Copas do Mundo (1958, 1962 e 1970), além de uma Taça do Atlântico (1960), duas Copas Roca (1957 e 1963), três Taças Oswaldo Cruz (1958, 1962 e 1968) e Taça Bernardo O'Higgins (1959).
Ficou barato
O primeiro jogo sob comando de Fernando Diniz contou com grande domínio brasileiro. A Seleção foi soberana, teve 72% da posse de bola e finalizou 20 vezes, contra quatro dos adversários. Ederson teve pouco trabalho, mas sofreu gol no primeiro chute certo da Bolívia. Ibañez, Caio Henrique, Joelinton, Gabriel Jesus e Matheus Cunha entraram no decorrer da partida.
Cunha, aliás, entrou no lugar de Richarlison, que chorou depois de ser substituído. O camisa 9 atuou por 69 minutos e foi o único atacante titular que não balançou a rede.
O resultado só não foi mais elástico por conta das boas intervenções do goleiro boliviano Viscarra. No primeiro tempo, ele evitou gol em bom cabeceio de Richarlison e parou Neymar duas vezes. Em uma, pegou cobrança de pênalti quando o placar ainda estava zerado. Na outra, impediu um golaço do camisa 10 brasileiro, que fez bonita fila em jogada individual.
Como fica?
O Brasil inicia as eliminatórias na liderança, com três pontos e quatro gols de saldo. Uruguai, Argentina e Colômbia também estrearam com vitória, e Paraguai e Peru possuem um ponto cada. A Bolívia é lanterna. Veja a tabela da competição, que classifica seis seleções de forma direta para a próxma Copa do Mundo, em 2026.